Minha infância sempre foi e ainda é recordada com prazer. O período em que morei no sítio, quando tinha meus quatro, cinco anos foi cheio de aventuras, como explorar uma grota que situava-se perto de casa. Era um local encantado, altas paredes laterais, com samambaias gigantes lado a lado, paredes de piçarra amarelo-avermelhada, da melhor qualidade para fazer minhas modelagens de moleque.
Outra coisa extremamente gostosa era caçar sacis com peneira. Era um eterno correr atrás dos redemoinhos com a peneira, onde não podia deixar de pintar uma cruz em seu centro. Não era difícil pegá-lo com a peneira. O grande problema era tirá-lo debaixo dela e colocá-lo dentro da garrafa. Era a hora onde sempre ele escapava... E eu sempre emburrado com meus eternos fracassos... Diziam que quando capturávamos um, todos os nossos desejos eram realizados, pois ele ficava doidinho para sair de dentro do vidro e fazia qualquer trato para isto...
A grande prova de sua existência era a crina dos cavalos que eventualmente eram trançadas nas madrugadas enluaradas. Quando ouvíamos os animais inquietos durante a noite, sabíamos que quando levantássemos, encontraríamos diversas tranças em seus pescoços...
O mais gostoso realmente era sair de casa nas noites quentes e úmidas,
um pequeno vidro na mão, e irmos caçar vagalumes. Aquelas pequenas “garrafinhas” de luzes esverdeadas fosforescentes eram uma a uma colocadas dentro da garrafa, e tínhamos então nossas lanternas mágicas, que iluminavam os caminhos que nos abriam as portas aos mais diversos reinos mágicos.
um pequeno vidro na mão, e irmos caçar vagalumes. Aquelas pequenas “garrafinhas” de luzes esverdeadas fosforescentes eram uma a uma colocadas dentro da garrafa, e tínhamos então nossas lanternas mágicas, que iluminavam os caminhos que nos abriam as portas aos mais diversos reinos mágicos.
Finalmente a noite caia, a canseira imperava, e, depois de lavarmos os pés, lá íamos nós para a
cama, barulhenta com o colchão de palha, o véu estendido sobre a cama afastando os pernilongos. Mas o travesseiro de paina ou marcela era uma delícia e facilmente superava os incômodos barulhos da palha de milho. Na camiseira ao lado da cama, uma pequena lamparina a óleo fazia tremular uma pequena luz amarelada, que insistia em lutar contra o negrume da noite.
cama, barulhenta com o colchão de palha, o véu estendido sobre a cama afastando os pernilongos. Mas o travesseiro de paina ou marcela era uma delícia e facilmente superava os incômodos barulhos da palha de milho. Na camiseira ao lado da cama, uma pequena lamparina a óleo fazia tremular uma pequena luz amarelada, que insistia em lutar contra o negrume da noite.Depois viria a diversão com o bodoque, o caçar de rolinhas com a peneira. Como todo moleque de sítio, não podia deixar de caçar passarinhos com a arapuca. Era só colocar esta ao lado da gaiola com um bom pássaro, e
depois de algumas horas sempre tínhamos capturado algum, que era levado para um grande viveiro, sob um pé de jambo... E assim sempre tínhamos músicas em casa, com os trinos que nos aveludavam aos ouvidos.
depois de algumas horas sempre tínhamos capturado algum, que era levado para um grande viveiro, sob um pé de jambo... E assim sempre tínhamos músicas em casa, com os trinos que nos aveludavam aos ouvidos. Uma vez por semana passava o frangueiro com sua carrocinha recheada de mercadorias. Neste dia quase sempre ganhávamos doces. E naquele tempo, eles tinham
consigo pequenos brinquedos. Ainda alguns ainda restam daquele tempo. Se gostava de jambo e outras frutas, também gostava de limão. E nada como chupar limão com sal, debalde as palmadas que ganhávamos quando éramos descobertos em nossas travessuras. O melhor pé de limão estava no alto do morro, em pleno pasto, onde íamos sempre com cuidado, com medo das cobras. Sempre fomos protegidos, e graças a Deus nunca levamos uma picada deste réptil. Mas o gosto da reinação era alto, e umas palmadas a mais, umas a menos não nos inibiam em fazer as coisas proibidas...
consigo pequenos brinquedos. Ainda alguns ainda restam daquele tempo. Se gostava de jambo e outras frutas, também gostava de limão. E nada como chupar limão com sal, debalde as palmadas que ganhávamos quando éramos descobertos em nossas travessuras. O melhor pé de limão estava no alto do morro, em pleno pasto, onde íamos sempre com cuidado, com medo das cobras. Sempre fomos protegidos, e graças a Deus nunca levamos uma picada deste réptil. Mas o gosto da reinação era alto, e umas palmadas a mais, umas a menos não nos inibiam em fazer as coisas proibidas... Nas noites de lua cheia sempre íamos de uma casa a outra, onde ficávamos a contar casos, ouvir histórias. Outras vezes, nada como
um bom joguinho de baralho, como um rouba monte, ou mesmo um truco para boa diversão. Outras vezes, sentávamos apenas no terreiro, e ficávamos em silêncio ouvir a sanfona chorando ao fundo sua canção...
um bom joguinho de baralho, como um rouba monte, ou mesmo um truco para boa diversão. Outras vezes, sentávamos apenas no terreiro, e ficávamos em silêncio ouvir a sanfona chorando ao fundo sua canção... Quando vim para a cidade com meus sete anos, minha irmã não deixava de trazer alguns
brinquedos, que eram adquiridos em São Paulo. E era de uma fase pós-guerra, onde tínhamos navios, aviões e outros objetos rememorando esta negra fase mundial.
brinquedos, que eram adquiridos em São Paulo. E era de uma fase pós-guerra, onde tínhamos navios, aviões e outros objetos rememorando esta negra fase mundial. Algumas vezes ainda nesta fase dos sete, oito anos, foi a Santos. Era uma aventura sair de Piracicaba, enfrentar uma viagem até São Paulo, depois tomarmos o o ônibus ou o trem e chegarmos ao litoral. Neste tempo foi que consegui estas garrafinhas de coca-cola (5 cm) bem como algumas figuras de Disney. Lá se vão mais de cinqüenta anos, para não falar sessenta... Novas diversões iniciaram-se nesta fase, mas nunca tiveram o sabor que tinham nossas aventuras pelo sítio. Muito da magia foi-se abrandando, mas nunca deixei de freqüentar ainda este mundo mágico de minha meninice, que trazem-me doces recordações de minha infância e meus genitores, que já se foram...







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