terça-feira, 23 de março de 2010

Retorno à década de 1950

VISLUMBRES DA INFÂNCIA




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Hoje, os mais de sessenta vivem em um tempo diferente. A infância, a juventude, a adolescência, a vida adulta, tudo foi diferente. Andava-se de carrinho de rolimã, saia-se de casa e não havia necessidade de um celular a nos acompanhar. Dormia-se com janelas abertas nas noites de verão com certeza que não seria assaltado. E muitas coisas mais.

Não estou querendo julgar se foi melhor ou pior. Não é isto que está em jogo, mas sim o fator da recordação, da adaptação e aceitação de novos valores.

Coisa gostosa era chupar jabuticaba no pé, brincar com o estilingue, nadar no rio e sair correndo atrás de redemoinhos para caçar saci com a peneira. Era um tempo repleto de atividades físicas e fantasias. Se nada havia para fazer, deitava-se no chão, se ficava a ver as nuvens passarem. E logo vinham as semelhanças com objetos do cotidiano...

Hoje, o computador e os jogos eletrônicos tomaram conta de toda a atividade. O importante é a telinha em frente ao rosto. O resto é resto...

Se de um lado temos pessoas com maior grau de cultura, de outro temos jovens que deixaram de ter infância. São os tempos modernos e o preço que pagamos por eles.

Mas eis que de repente, mergulhamos neste mundo já superado (segundo alguns) e encontramos o antigo ar de magia quando criança, do cabo de uma vassoura surgiam os melhores alazões ou picaços. As peladas eram inevitáveis ao final da tarde e aos fins de semana. Deliciávamos vendo, por exemplo, o carrinho que se aproximava da beirada da mesa e mudava de direção, não caindo. O mais importante era o imaginário, e não o objeto em si.
Tudo isto está sendo dito para enaltecer um casal que conheci esta semana, o Sr. Francisco Joaquim... e sua esposa. Além das atividades profissionais, também dedicam parte de seu tempo a conservação de seus pequenos objetos, hoje raridades.

Este ambiente, como que fazendo um retorno aos primórdios da infância e juventude das décadas de 50 e 60, teve como conseqüência recordações de fatos dos tempos que já se foram. Além das divagações das mais diversas e antigas brincadeiras infantis, muitos outros assuntos foram ventilados, como os mais diversos tipos de coleção, como de lápis, de flâmulas e muitas outras.

Abrindo a intimidade de seu lar, logo apareceram discos dos mais diversos, muitos autografados pelo próprio cantor. Musicas antigas também se faziam presentes, algumas com cantores que há muito se foram. Desfilavam discos de 33 RPM (bolachão), compactos simples e duplos. Até os antigos discos de massa de 78 RPM foram vistos. Desfilaram coleção de caixas de fósforos, uma bicicleta antiga, ainda com dínamo ainda funcionando e mais objetos.
Seguramente o ponto alto foi quando apresentou um brinquedo, segundo ele de 1949, que cuida e mantém com todo o carinho. É um brinquedo americano, ainda a corda, onde diversos carrinhos movem-se por uma pista.

Não pudemos deixar de tomar imagens deste objeto que já ultrapassou seus 60 anos, e permanece praticamente ainda novo.

Só podemos agradecer ao Sr. Francisco José e esposa pela gentileza do atendimento, e enaltecer a sua dedicação a manutenção de objetos, que seguramente são parte da história.

Veja as imagens em: