quinta-feira, 30 de abril de 2009

O PALHAÇO


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Oh! quantas vezes, no Circo, sem vontade
sae o palhaço a rir, gostosamente,
entretanto, depois, na realidade
que de amarguras, diusfarçado sente!

Nem sempre o riso exprime a alegria,
nem sempre a dor exprime um soffrimento;
quantas vezes no instante de agonia,
o moribundo ri de seu tormento...

E qual palhaço pelo mundo sigo,
as minhas dores abafando em mim;
e mostro aos outros um prazer amigo
que, francamente, nunca foi assim!

Quem ama e sabe que um perigo o espretia,
seguindo-o pela vida passo a passo,
deixa de um lado a sombra da suspeita
e mente rindo, como um bom palhaço!

Rosto pitado e de figuras cheio,
feito de modo que um sorriso imponha,
causa à tristeza alegre desvaneio,
pobre palhaço, que, acordado sonha...

Pois quem assim me vê sorrindo tanto,
a minha dor não pode calcular...
E preciso iludir no riso o pranto,
quem ama alguém que já não pode amar!...

Pedro Voss Filho