quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A LIÇÃO



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Piracicaba é detentora de múltiplas entidades assistenciais, algumas seculares. E a dura realidade é que todas estas passam habitualmente por dificuldades financeiras. Se elas sobrevivem é graças a dedicação de seus diretores que, acionando a população, angariam recursos para que elas possam subsistir.


Como sempre, uma destas entidades passava por necessidades monetárias. E um dos que colaboravam com a ela, o Sr. B... estava buscando auxílio junto à população mais abastada. Como sempre, contada com a colaboração de seus colegas. Mas existia uma pessoa, o Sr. L..., que era extremamente difícil de obter espórtulas, isto para não dizer impossível. Sempre havia boa desculpa para furtar-se à caridade. Mas tinha um ponto fraco: não conseguia controlar sua vontade de comprar pássaros, desde que tivessem bom trinado.



O Sr. B..., que também era grande apreciador do canto de pássaros, havia conseguido adquirir um curió com gorjeio excepcional a um preço baixo. Isto porque a ave tinha um pequeno defeito. Só cantava quando existiam algumas condições especiais. Caso contrário calava-se e não havia como obter dela um único som.




Esta foi a base com que ele arquitetou plano para obrigar o Sr. L... a colaborar com a entidade assistencial, bem como servir de exemplo àqueles abastados que furtavam-se a auxiliar os necessitados.


Criou uma condição qualquer, fazendo com que o Sr. L... fosse até sua residência e ouvisse o canto do pássaro, fazendo despertar nele o sentimento de cobiça. É claro que foi um caso de amor a primeira vista, e não tardou na mesma hora vir primeira oferta, que por motivos óbvios, foi recusada.


Mais alguns dias passaram e as ofertas começaram a suceder-se com o passar dos dias, em valores crescentes, sempre acompanhadas com novas recusas. Isto somente acirrava seu desejo, e não tinha como refrear seu ímpeto.


O Sr. L... já estava às raias do desespero. Foi mais uma vez até a casa do Sr. B... e dentro da impulsividade, fez oferta que foi irrecusável. Nada mais nada menos mais vinte vezes o valor inicial pago pela ave.


Foi neste momento que o Sr. B... o mandou preencher o cheque, sendo extremamente claro que o valor que estava sendo recebido seria totalmente doado para a entidade assistencial, e que não haveria possibilidade de arrependimento do negócio. Aceita as condições, lá se foi o novo dono do pássaro esbanjando contentamento, desconhecendo ser proprietário de uma ave duvidosa. O cheque obviamente, foi no mesmo dia para a casa assistencial, com recomendação de ser sacado o mais breve possível.


Não demorou muitos dias para que para que o Sr. L... descobrisse a verdade. O curió silenciou... Simplesmente recusava-se a cantar...


Foi então que o novo proprietário entendeu o que estava acontecendo... Que havia sido enganado... Voltou a falar com Sr. B... Tentou de todas as formas desfazer o negócio...


Mas já era tarde demais. Era claro que o cheque, que havia sido doado à entidade assistencial, obviamente já havia sido devidamente descontado. A única sugestão que o Sr. B... poderia dar é falasse com quem havia recebido o dinheiro poderia fazer a devolução do mesmo...


Cabisbaixo, o Sr. L... teve que aceitar a lição de moral E esta foi a devida e justa punição imposta para quem se recusava a colaborar com necessitados...


E muita gente deu boas gargalhadas do fato...