sexta-feira, 17 de junho de 2011

A você, V. S. E.


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Em memória a V. S. E. (1948-2006)

Este texto foi organizado em lembrança e rememoração a uma pessoa, que neste ano de 2011 completa-se cinco anos de sua ausência.


Não cabe a nós discutirmos os designos do Todo Poderoso, mas ela nos abandonou muito cedo e de forma totalmente inesperada.


Com suas formas perfeitas, delicadeza de biscuit, sempre necessitando proteção para manter sua integridade, foi lançada ao mundo com dois rebentos. Como leoa, brigou sozinha com todos e tudo para ver sua descendência sobreviver. Como profissional fazia de seu suor e traições que era vítima, a vivência contrastante e uníssona entre o pânico e o sossego, o sucesso e a decepção para manter as metas de cada dia. Vivia às raias da alienação, percorrendo esta torpe trilha de fio da navalha.


Mas, não mais que de repente, fraqueja. Como dentro de um simples baforar, esta pequena e delicada nuvem de fumaça mediu forças com uma brisa um pouco mais forte, tomou as mais diversas formas e por fim acabou por esvanecer-se. Das formas graciosas, delicadas, dos movimentos sutis, tudo foi sendo dilacerado e nada mais restou que uma lembrança perdida no infinito de nossa memória...


Seu nome é preferível sepultado a ser reavivado. Sepulto, estará resguardada na sua privaciade, e sempre poderá despertar alguma curiosidade. Reavivado, seria mais um entre a miríade existente...


De seu caderno, restaram frases, algumas de sua autoria, outras não sei de quem. Seja de quem for, fazem um esboço de seu sentir e existir em sua breve passagem...


Apenas gostaríamos de relembrar o doce toque e ternura de sua presença...





Um dia...
Chega um ainda em que não se diz mais: Meu Deus!!!
É o dia em que se deixa cair a cabeça, tanto é o cansaço! É o dia em que nossa estrada é mais deserta, e o deserto de nossa solidão, maior! É o dia em que o infinito se nos assemelha mais longe, mais perdido em horizontes desfeitos! É o dia de total indiferença e insensibilidade, tal o efeito da dor! É o dia em que nosso sangue tem o sabor ocre da derrota!


Deixo meus olhos pousarem sobre a enorme fadiga de meus pés, desfeitos de palmilharem o nada. Deixo abater-me ante o peso da indiferença. Hoje, somente hoje, quero ser fraca. Amanhã, talvez, levante o rosto e continue o absurdo dessa ida sem retorno. Mas agora, não. Nunca. Jamais...




XXXXX
Queria ter o sol nas mãos, para tecer com seus raios uma rede de luz, onde descansaria meus pensamentos tristes. E nessa rede ilusória, deixaria que meus olhos cansassem de ver estrelas cintilantes de longínquas felicidades.






XXXXX

Deus, concede-me a serenidade
Para aceitar as coisas que não posso mudar
A coragem de mudar as coisas que posso
E a sabedoria para saber a diferença






XXXXX

Quando vires uma estrela, siga-a
Nem que ela leve-a a um pântano
Pois se assim não o fizer
Sempre pensarás que ela era
A sua estrela.






XXXXX

É belo impor a lei
Mas recebe-la é um ultraje
Não gosto de obedecer senão a mim
O desprezo é a arma do sábio
O esquecimento de uma ofensa
Revela o grande coração
O vencedor que perdoa
É duas vezes vencedor
(Petronius)






XXXXX

Triste este mar de solidão
Mundo tenebroso de isolamento
Onde não há comunicação
Onde se perde toda a beleza
Da conjunção...




A mendacidade impera, e irradiamos felicidade
Dentro dela somos belo amantes e amados

Somos vivoss, vívidos e lúcidos

Somos seres únicos.


Tudo é perene, por mais autêntico que seja,

Tudo é longo e antes de tudo, tão breve...

Tudo é tão agressivo, mas essencialmente delicado,

Mas beleza e recordação, para sempre permanecem vívidas...




Que os anjos a embalem em seu sono e sonhos, e Deus lhe dê o merecido repouso.