quinta-feira, 13 de novembro de 2008

TEATRO EM PIRACICABA



Piracicaba é uma cidade que há muito se prima pela produção intelectual nas mais diversas áreas. E nas artes cênicas também não deixa de ser atuante. Tem sido um berço de atores, onde diversos romperam a barreira da urbe e conseguiram destaque nacional. Relembre-se entre muitos, nomes dos que já se foram, como Lyson Gaster, Cacilda Cavaggioni, Roberto Azevedo, Antonio Carlos Kraide, José Maria Ferreira e outros.

Piracicaba possui incontáveis grupos teatrais, que vão desde os de bairro, passam pelos das faculdades, e os que atuam profissionalmente.

Destes últimos, surgiram outros atores que conseguiram romper definitivamente com barreiras, estabelecendo-se em grandes centros.

Não deixa também nossa urbe de ser relativamente privilegiada, visto contar com cinco teatros (Teatro Municipal de Piracicaba, Teatro da UNIMEP, Teatro do SESI, Teatro do SESC, Teatro São José), isto sem contar as áreas menores onde os respectivos grupos treinam. Já na década de 1850 contava a "Villa da Constituição" com um uma unidade teatral rústica. O primeiro espaço teatral significativo foi constuido na década de 1871 pelo Barão de Rezende e demolido em 1953.

Durante a Semana Santa, a Paixão de Cristo é encenada na cidade há 19 anos, contando com mais de 500 pessoas entre atores e figurantes em 10 palcos diferentes. O espaço utilizado é uma área onde funcionava um Engenho Central (de açúcar), construção da década de 1880, em plena área central da cidade, às margens do rio Piracicaba. Só no ano de 2008 foram 8 apresentações.

Também no ano de 2008 estamos no 3º Fentepira - Festival Nacional de Teatro de Piracicaba. A abertura está prevista para o dia 22 de novembro no SESI e as atrações programadas de 23 a 30 de novembro no Teatro Municipal de Piracicaba. Apresentam-se grupos de Piracicaba, São Paulo, Santo André, Jundiaí, Campinas, Pindamonhangaba, Goiânia.

Um dos atores piracicabanos, Rodrigo Polla deu de presente para Piracicaba no final de outubro quatro espetáculos diferentes, dois em um sábado (Odisséia e O jovem Werner) e dois no domingo (? e Santa Vida Profana). Todos são monólogos bastante expressionistas, onde se torna vital para o ator para envolver a platéia a mímica, expressão corporal, a entonação vocal e outras técnicas.

Odisséia fala sobre a viagem de Ulisses, Rei de Ítaca. Mediante uso de máscaras e outros recursos, ora é narrador, ora representa os lendários personagens narrados por Homero. É um verdadeiro mergulho dentro da história da mitologia grega, como os ciclopes, a deusa Circe, a deusa Calipso e outros até seu retorno com Penélope.

Em O Jovem Werter (de J. W. Goethe) aborda a temática do amor, da paixão, da frustração sentimental (uma verdadeira comunhão entre o personagem e a platéia primeiramente transmitindo a satisfação, e depois em um crescendo, a angústia e tensão) até finalmente explodir em um ápice da tranqüilidade da alma com a consumação do suicídio.

Em ?, texto sedimentado em Metamorfose e O Processo (Franz Kafka) aborda a temática da busca e justificativa existencial.

Finalmente, em Santa Vida Profana, faz enfoque e discussão dos valores humanos e da busca por si mesmo. Nesta representação magnetiza a platéia durante quase uma hora de espetáculo quase sem pronunciar nenhuma palavra. A expressão corporal e a mímica são os pontos altos da interação ator platéia.

Confira em www.youtube.com os filmes:

O Jovem Werther


Santa Vida Profana.

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