Non nobis, non nobis, Domine,
Sed nomini tuo da gloriam.
Sed nomini tuo da gloriam.
Salmos 115.1
Para o sol
que nos queima o corpo,
Para a chuva
que lava nossos pecados,
Para que
possamos lutar com honra e valentia,
Nós O
louvamos, Senhor.
Para a fome que
nos atormenta,
Para a sede
que nos castiga,
Para a
canseira que não nos abandona,
Deixando todo
o corpo marcado com dores,
E estarmos
totalmente oprimidos pelo medo,
Obrigado,
Senhor.
Para o vento
que nos cega,
Para a areia
que nos fustiga,
Para o sangue
derramado nas armas,
Nós O enaltecemos.
Para as
noites sem dormir,
Mergulhados
no medo e na oração,
Pelo dia que
se seguirá,
Grato,
Senhor.
Para o grito
de nossos inimigos,
Para a lança
que nos fere,
E a seta
impiedosa que ceifa a vida,
Nas alegrias
e tristezas de nossa batalha,
Nós O elogiamos.
Para a
defesa da fé,
Para nos poupar
da morte que aguarda,
Para a doce
esperança de poder contemplá-Lo,
Com o peito
ferido e a alma pura,
Nós O
glorificamos.
E purificado
no Seu amor,
De ter
lutado em Seu nome,
E defendido Sua
palavra,
Obrigado
Senhor.
Pelo amor
que temos ao Senhor,
Pela confiança
que devotamos às armas,
Para lutar
em Seu nome,
O louvamos
Senhor,
Para a
glória eterna,
Do hoje e
sempre,
Amem.
Esta oração reflete em parte os valores morais,
éticos e religiosos existentes nos anos 1090 e as décadas seguintes. Foi a
essência filosófica das Cruzadas, que tinha o intuito de liberar Jerusalém dos
mouros. Ressurge este Te Deum novamente segundo a lenda quando Henry V foi vitorioso
na batalha de Agincourt (1415), e posteriormente em 1510 para celebrar o
nascimento da filha de Luís XII e Ana da Bretanha. Em cada ocasião, o texto foi
lapidado, tomando um formato diferente. Depois disto foram inúmeras suas
apresentações.
O texto aqui apresentado diz respeito à adaptação
feita no filme Henry V, por Kenneth Branagh, onde Patrick Doyle compôs a canção.
Deixando para o segundo plano as motivações e divergências associadas às Cruzadas,
consideramos ser importante vislumbrar o limite da fé na época medieval, que chegava a sobrepujar inclusive o receio da própria
morte.
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